terça-feira, 6 de novembro de 2012

Green Day no Brasil em 1998, 14 anos!

No último 05/11 completaram-se 14 anos desde que o GD desembarcou
nesse país sem graça pela 1ª vez, em uma entrevista à "Showbizz" de 96
o Billie havia prometido dar uma passada no Brasil. Com o mega sucesso
do Dookie, em 94 a banda já cultivava seus fãs por aqui, e a tour de
do Nimrod pela America do Sul, abriu portas para os 3 shows que acontecessem 
 em Belo Horizonte (05), Rio de Janeiro (06), e São Paulo.(07,08)

 Acredite se quiser , o ingresso de BH custou apenas 20R$.
Era proibida a entrada com câmeras/filmadoras, por isso
não existem filmagens na internet.


Cartaz de Divulgação, show no Rio.

Camiseta da "turnê" e ingresso show do RJ

Fotos tiradas por fãs:








 




A Rádio Rock "98 FM" patrocinou, e plotou um carro para
divulgação do show.



Adicionar legenda


Resenha show no RJ, revista Showbizz, dezembro de 98:



"A festa começou mais cedo, quando três roadies do Green Day invadiram o palco para um showzinho de abertura. Uma faixa os identificava como Lub' Machine (corruptela de Love Machine, "máquina do amor"). Apesar do nome nada punk, a "abordagem musical" era a mais desleixada e ignorante possível - exatamente o que um roqueiro adolescente quer. Maltratando dois acordes por canção (ou quase isso), os roadies fizeram a molecada enlouquecida pular feito pipoca. Depois de 20 minutos, estava feito o aquecimento.

Billie Joe, Mike Dirnt e Tré Cool entraram e emendaram, de enfiada, as três primeiras músicas do álbum Nimrod: "Nice Guys Finish Last", Hitchin' A Ride" e "The Grouch". Só então, o cumprimento, por educação: "Alright, fucking Rio!" Entre sucessos - ou clássicos, neoclássicos - como "She", "Welcome To Paradise" e o atropelo matador "Basket Case" (todas de Dookie, de 1994), Billie, pândego, brincava de Tom Cavalcante, fazendo imitações. "The beautiful people, the beautiful people", bafejou ao microfone, citando Marilyn Manson. Depois ofereceu provinhas de riffs famosos do rock pesado, todos recebidos com muita vibração: "Iron Man", do Black Sabbath, "Rape Me", do Nirvana, "Eye Of The Tiger"? Sim, aquele exemplo máximo do rock farofa e oligofrênico dos anos 80, tema do filme Rocky 3. "Não vamos tocar p**** nenhuma de metal aqui!", anunciou BJ em seguida.

O baixinho sabe muito bem que está ali pra entreter a platéia. Usa todos os golpes e brincadeiras da história do rock: pede para o povo cantar junto, para levantar os braços, diz que não está ouvindo direito quando respodem, convoca moleques para tocar sua guitarra. Há quem chame isso de populismo e apelação. Mas atitudes como a de brincar com "Eye Of The Tiger" deixam entrever um humor cínico vários pontos acima do QI dos que patrulham o Green Day como "traidor" ou diluidor do ideais punks.

O trio veio para divertir e para esculhambar com tudo - inclusive com um espírito sisudo e pretensioso que, este sim, desvirtuou o que inicialmente era apenas rock debochado. Quem não entende a piada do punk jamais vai adimitir o que acontece no palco a partir de "King For A Day", música que canta os prazeres de... se vestir de mulher - sem culpa e sem conotações homossexuais, só pela farra. Pois bem, nessa hora o trio é reforçado por um trombonista vestido de chili e um trompetista de abelha, dançando ridicularmente e sacudindo as anteninhas tipo Chapolim.

Se Billie Joe não tivesse vestido, uma por cima da outra, nove camisetas suadas que lhe foram atiradas da platéia, talvez tivesse sido ofuscado pelo carismático bichinho. Mas até mesmo um show iconoclasta precisa de um pouquinho de hierarquia. Com um visual meio mendigo, meio múmia, o cantor e guitarrista fez 6 mil pessoas cantarem, pularem e morrerem de rir.

O final pastelão, com o quebra-quebra de instrumentos promovido por Tré e por Mike, não deixou opção para o bis: só sobram Billie e sua guitarra, para tocar "Good Riddance". O que no disco Nimrod é uma balada acústica ganhou um banho de distorção e encerrou uma noite que honra o significado da palavra inglesa show.

No camarim, onde recebeu do presidente da WEA Music, Sérgio Affonso, o disco de ouro pela vendagem do álbum Dookie, Billie Joe estava um caco. Mesmo assim, fez questão de estourar um champanhe - importante: sem molhar ninguém da gravadora - e de agradecer: "Estamos viradaços, não dormimos quase nada. Tocamos ontem em Belo Horizonte - o som estava uma m**** -, viajamos direto e não deu para ver nada do Rio. Mas a platéia foi excelente!" Mais entrega, impossível."
Pedro Só

Não existe vídeo dos shows disponíveis na internet, tudo que temos é um Bootleg em áudio, com 8 faixas da apresentação em São Paulo, e a famosa entrevista onde o Mike faz a piadinha com o Cristo Redentor, dada à MTV, na época, confira:


Também existe esse outro vídeo de 'Reject' em SP , mas tudo indica que ao menos o áudio é 'fake':




Para encerrar, uma notícia do site UOL em 98:

Banda Green Day se apresenta em São Paulo 

Agência Folha 06/11/98 16h37
De São Paulo

O trio californiano Green Day mostra o seu punk pop neste sábado e domingo no Via Funchal, em São Paulo, nos shows de encerramento da turnê brasileira, que também passa pelo Rio, nesta sexta-feira, e esteve em Belo Horizonte, na quinta.

Essa não será a primeira visita ao país de pelo menos um dos membros do Green Day. Há cerca de seis meses, o baixista Mike Dirnt veio conhecer o túmulo de seu avô, em Americana (reduto da imigração yankee no interior de São Paulo).

Neste sábado, ele volta acompanhado do baterista Tré Cool e do vocalista e guitarrista Billy Joe Armstrong, para mostrar, principalmente, o repertório do CD, ``Nimrod''. Mas é claro que todos os hits saídos do CD ``Dookie''. O show acontece neste sábado, às 22h, e domingo, às 21h. O Via Funchal fica na rua Funchal, 65, região sudoeste. Mais informações pelo telefone (011) 866-2300). 





Um comentário:

  1. "Com um visual meio mendigo, meio múmia, o cantor e guitarrista fez 6 mil pessoas cantarem, pularem e morrerem de rir." HAHAHAH

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